Em São Bernardo, a clínica Arte Pisco, envolvida no tratamento de jovens e adolescentes no Grande ABC, acaba de ganhar uma nova ferramenta de transformação: a arte da tatuagem. O projeto, que nasceu da parceria entre a clínica e o renomado tatuador Roberto Ferraraccio, tem como objetivo oferecer oficinas de desenho artístico com foco na inclusão de jovens neurodivergentes no mercado de trabalho.
Roberto Ferraraccio, 48 anos, é um nome de peso no cenário da tatuagem nacional. Fundador do Saddam Tattoo House, com mais de 30 anos de carreira, o profissional é reconhecido por sua alma artística, visão empreendedora e dedicação à formação de novos talentos. Agora, amplia seu legado ao lado da Arte Psico, levando sua experiência e sensibilidade para dentro de um projeto social que ensina muito mais do que técnicas de traço — ensina autonomia, pertencimento e propósito.
“A ideia é mostrar que esses jovens têm um potencial criativo enorme, e que com apoio e direcionamento, podem trilhar caminhos profissionais reais dentro do universo artístico, incluindo a tatuagem, ilustração e design”, explica Ferraraccio.
As oficinas têm sido um sucesso. Os adolescentes atendidos na unidade não apenas desenvolvem habilidades motoras finas e cognitivas por meio do desenho, mas também ganham autoconfiança e vislumbram novas possibilidades de futuro. Em um ambiente adaptado, inclusivo e cheio de afeto, a arte torna-se uma ponte entre o mundo interno desses jovens e o mercado de trabalho, que precisa urgentemente aprender a enxergar suas capacidades.
Segundo a organização, o projeto está em fase de expansão e busca apoiadores para levar as oficinas a outras instituições. Afinal, quando arte e inclusão caminham juntas, os resultados são permanentes — e, como nas melhores tatuagens, deixam marcas profundas. Thainara Morales, diretora da Arte Psico, mestre em Neurociências e Analista do Comportamento, reforça a importância da arte no processo terapêutico de jovens neurodivergentes: “A arte e o desenho vão muito além da expressão criativa — são ferramentas essenciais para o desenvolvimento intelectual, emocional e social. Para o público neurodivergente, esse tipo de atividade estimula a comunicação, fortalece a autoestima e promove habilidades cognitivas fundamentais. É um recurso terapêutico poderoso, que ajuda — e muito — no processo de autonomia e inclusão", finaliza.
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