Viral Titulo Entenda o caso
Depressão pós-parto em homens: veja os sinais e quando procurar ajuda

Doença também pode afetar homens nos primeiros meses após o nascimento do bebê; psicóloga explica os sintomas mais comuns e como buscar ajuda

Da Redação
03/06/2025 | 19:06
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FOTO: Divulgação


A depressão pós-parto não atinge apenas mulheres. Embora ainda pouco discutida, a condição também pode afetar homens nos primeiros meses após o nascimento de um filho. Irritabilidade, desânimo, afastamento da parceira e dificuldade de criar vínculo com o bebê estão entre os sinais mais comuns.

Segundo a psicóloga perinatal Rafaela Schiavo, fundadora do Instituto MaterOnline, fatores como a pressão para ser o “forte da relação”, o medo de falhar como pai e o acúmulo de responsabilidades emocionais podem desencadear um quadro depressivo. “Homens também sofrem no puerpério. A diferença é que eles costumam silenciar a dor, por medo de julgamento”, alerta.

Ela alerta que a depressão pós-parto masculina atinge cerca de 10% dos homens, e a prevalência aumenta quando a parceira também apresenta sintomas. “Estudos apontam que metade dos homens cujas parceiras apresentam depressão pós-parto também desenvolverão o quadro”, explica.

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A seguir, veja os principais sinais da depressão pós-parto em homens e o que pode ser feito.

Por que isso acontece?

Assim como nas mães, a depressão pós-parto em homens pode surgir logo após o nascimento do bebê. Entre os fatores de risco estão o cansaço extremo, as mudanças na rotina, a pressão financeira, a insegurança sobre o papel paterno e a ausência de rede de apoio.

Rafaela destaca que o histórico de transtornos mentais também pesa. “Homens que já tiveram depressão, ansiedade ou vivenciaram com suas parceiras perdas gestacionais anteriores estão mais vulneráveis”. O sofrimento, segundo ela, muitas vezes aparece de forma mascarada, como irritabilidade, aumento do consumo de álcool, distanciamento familiar ou negação da dor.

Como identificar os sinais?

Embora cada caso tenha suas particularidades, a psicóloga aponta alguns comportamentos que merecem atenção: tristeza persistente ou choro frequente; irritabilidade e explosões de raiva; falta de interesse pela rotina familiar ou pelo bebê; insônia ou sono excessivo; sentimento de fracasso ou incapacidade; e afastamento da parceira e de vínculos sociais

O que pode ser feito?

O primeiro o é quebrar o silêncio. Falar sobre o que está sentindo e buscar ajuda profissional são atitudes fundamentais para o cuidado com a saúde mental. O apoio da parceira, familiares e amigos também é importante. 

A psicóloga perinatal aponta que a psicoterapia é indicada nesses casos, e o acolhimento deve acontecer sem julgamentos. “Ainda há uma visão de que o pai é o coadjuvante da criação. Quando reconhecemos o pai como parte ativa no cuidado, também abrimos espaço para que ele se sinta autorizado a pedir ajuda”. 

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É possível prevenir?

A participação ativa do homem desde a gestação, nas consultas, conversas sobre o puerpério e momentos de escuta, pode fazer diferença. Ter clareza de que a chegada de um filho transforma a vida de ambos contribui para diminuir os riscos emocionais.

De acordo com Rafaela, fortalecer a rede de apoio, ampliar espaços de escuta e enxergar a saúde mental paterna como parte do cuidado familiar são medidas fundamentais para construir uma paternidade mais saudável, para o pai, o bebê e toda a família.




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