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Barroso: Brasil está pronto para mudar sistema eleitoral

Para ele, o País está 'mais do que maduro' para, pulando uma eleição, fazer a troca

07/06/2025 | 16:34
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FOTO: STF


O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, defendeu neste sábado, 7, a mudança do atual sistema eleitoral para o modelo de voto distrital misto. Para ele, o País está "mais do que maduro" para, pulando uma eleição, fazer a troca.

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Ao apontar as vantagens do voto distrital misto em discurso no fórum da Esfera no Guarujá, litoral paulista, Barroso disse que esse sistema permite ao eleitor saber qual é o parlamentar que representa o seu distrito, assim como desestimula a fragmentação partidária.

Ele lembrou que defende a substituição do sistema desde 2006, quando escreveu um trabalho a favor da implantação do voto distrital misto oito anos à frente, o que, pontuou, evitaria o processo de impeachment da ex-presidente da República Dilma Rousseff.

Antes de Barroso, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, já tinha feito durante o fórum da Esfera uma defesa pelo voto distrital misto como uma forma de qualificar o poder legislativo.

Barroso lembrou que Kassab o visitou quando ele assumiu a presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em 2020. O tema, contou o ministro do Supremo, foi discutido entre ambos, mas Kassab recomendou esperar o impacto da cláusula de barreira e da proibição da coligações em eleições proporcionais.

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"Pois agora o País está mais do que maduro para mudar o sistema eleitoral. Temos um dos piores sistemas eleitorais do mundo na eleição para Câmara dos Deputados", declarou Barroso, para quem o modelo atual, de voto proporcional em lista aberta, é caro, tem baixa representatividade e não facilita a governabilidade.

Hoje, ressaltou Barroso, o eleitor vota em quem quer, mas não sabe quem ele elege, uma vez que o voto vai para o partido - são os mais votados do partido que entram no Legislativo. Menos de 5% dos deputados, observou o presidente do STF, são eleitos com votação própria.

"Temos um sistema em que o parlamentar não sabe por quem ele foi eleito e o eleitor não sabe quem colocou lá. Um não tem de quem cobrar, o outro não tem a quem prestar contas", disse Barroso.

*Os repórteres viajaram a convite da Esfera Brasil




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