Sindema faz ato de paralisação, lota Legislativo em protesto e espera definição via reunião no TJ
Após um dia tumultuado e marcado por protestos na Câmara de Diadema, servidores municipais e o governo do prefeito Taka Yamauchi (MDB) vão resolver as divergências sobre o reajuste salarial em reunião no TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), agendada para terça-feira (10). Ontem, parte do funcionalismo cruzou os braços e se manifestou frente ao Parlamento, com alvo nos vereadores governistas que, há uma semana, aprovaram, à revelia da categoria, a reposição de 4,87%, em duas parcelas e de auxílio-saúde de R$ 133,40.
Segundo fontes do governo, a maior adesão de servidores municipais à greve de um dia partiu da Educação, com os pais sendo comunicados a não levarem os filhos para as escolas da rede municipal ontem. Inclusive, no segmento, o Sindema (Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema) não teria cumprido a determinação do TJ-SP pela manutenção de 70% da mão de obra aos serviços essenciais da Prefeitura de Diadema. Por outro lado, o mesmo efeito não teria ocorrido na Saúde, com baixa participação na paralisação.
O ato promovido pelo Sindema lotou completamente o plenário da Câmara, que tem capacidade para receber até 250 pessoas, conforme estabelece o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros). Servidores reclamaram da necessidade de ar por revista ao adentrar no espaço e, devido à lotação, parte dos manifestantes ficou do lado de fora após fechamento dos portões e sob forte presença da GCM (Guarda Civil Municipal), entre eles, o presidente da entidade sindical, Ritchie Soares.
Aos gritos de guerra como “povo na rua, prefeito, a culpa é sua” durante a sessão, os manifestantes não pouparam os 17 parlamentares que deram “sim” à proposta enviada pelo Paço, sem consenso com o Sindema. Os vereadores governistas foram tachados de “traidores”, com as maiores vaias concentradas em Reinaldo Meira (Solidariedade) e no líder de governo Juninho do Chicão (Progressistas), defensores mais ferrenhos de Taka.
Às 15h27, os parlamentares suspenderam a sessão para se reunir internamente. ados cerca de 20 minutos, a base aliada fechou o acordo com o governo de que não haveria desconto salarial dos funcionários que aderiram à interrupção dos serviços públicos na semana ada e ontem. Quando o relógio apontava 16h, a manifestação chegou ao fim e a calmaria retornou ao plenário. Agora o Sindema e a gestão Taka tentarão dar fim ao ime por meio da câmara de conciliação do TJ-SP na próxima semana.
“São vários itens (para discussão na Justiça), como o auxílio-saúde que foi feito sem o diálogo com o sindicato, a outra questão é um abono que compense a nossa data-base, que é março e que também compense o parcelamento do reajuste (aprovado) em 2% em maio e mais 2,87% em outubro. Então, a gente tem uma perda real (nos ganhos) e gostaríamos que fosse pago em forma de abono”, afirmou Ritchie.
Em nota, a Prefeitura de Diadema afirmou que vem mantendo tratativas amistosas com o Sindema, abordando temas como o auxílio-saúde, a mesa de negociação permanente e o índice de reajuste proposto, alinhado aos percentuais praticados nos municípios vizinhos. A gestão Taka ainda informou que viu com estranheza a paralisação de parte do funcionalismo ontem, especialmente na Secretaria de Educação, onde a campanha da entidade sindical teve maior efeito.
“A grande adesão da Educação, estimulada pelo Sindema, demonstra o viés político da paralisação, descumprindo, inclusive, a decisão do TJ-SP pela manutenção de 70% dos serviços”, afirmou o governo.
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