Equipe realiza investigação geotécnica na Vila Príncipe de Gales, região que abrigará uma das 24 estações previstas
A tão aguardada ligação sobre trilhos entre o Grande ABC e São Paulo, a Linha 20-Rosa de metrô já tem trabalhos em andamento por Santo André. Desde o início da semana, uma equipe contratada pelo Metrô realiza coleta de solo em três pontos da Avenida Príncipe de Gales, no bairro homônimo, previsto para receber uma das 24 estações projetadas ao ramal, para uma investigação geotécnica, e assim monitorar as condições do solo e das estruturas circundantes. A futura linha metroviária entusiasma moradores, mas preocupa comerciantes.
Na tarde de ontem, funcionários do Consórcio Alphageos-EPT-FG, contratado pelo Metrô, faziam a sondagem de solo na altura dos números 234 e 328, sentido Fundação Santo André, e na Praça São Jorge, sentido Centro, com perfurações que variam entre 40 e 52 metros de profundidade. O trabalho consiste em coletar amostras que possibilitem averiguação da composição do terreno, etapa indispensável para prevenir riscos e garantir a integridade das obras.
O Consórcio Alphageos-EPT-FG, composto por três empresas - Alphageos Tecnologia Aplicada S/A, EPT Engenharia e Pesquisas Tecnológicas S/A e FG Fundações e Geotecnia Ltda. -, foi contratado por R$ 17,4 milhões, com vigência de 25 meses, a partir da do convênio, datada em 10 de abril. Funcionários presentes no local relataram ao Diário que a Vila Príncipe de Gales foi o segundo ponto de análise, sendo o primeiro local em São Paulo.
A Vila Príncipe de Gales é uma das três regiões do município que abrigará uma parada da Linha 20-Rosa, que partirá da Estação Santo André, onde haverá conexão com a 10-Turquesa de trens metropolitanos, e em seguida terá parada na Avenida Portugal. O ramal terá mais três estações em São Bernardo e seguirá sentido Zona Oeste da Capital, até a parada Santa Marina, em obras para receber a Linha 6-Laranja de metrô, a ser operada pela Linha Uni.
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A chegada do metrô gera esperança para moradores, como é o caso do consultor de vendas Paulo Henrique Marques, 38 anos, que ou a morar no bairro quando tinha um ano de idade. “Não tinha noção de que o metrô iria chegar aqui. É uma grande expectativa, porque é bacana o desenvolvimento e vai ser fácil para as pessoas se locomoverem para São Paulo”, disse.
Com um comércio de jet ski há cerca de um ano, Edinei Teixeira, 51 anos, demonstra preocupação com os possíveis transtornos. “Estamos bem próximos da estação de trem aqui em Santo André e acho que uma linha de metrô vai até atrapalhar. Essas obras são muito grandes e longas, vão atrapalhar bastante (o comércio)”, afirmou.
Em uma barbearia, Gabriel Henrique Soares, 27 anos, enxerga os dois lados da moeda. “Por um lado, (a Linha 20-Rosa) vai trazer mais pessoas e aumentar o movimento nos comércios, mas tem o negativo, que (as obras) podem afetar os comércios, porque não sabemos como será feito. Se alguns comércios terão de sair da região, se será necessário isolar alguns pontos”, atestou o comerciante.
NOTA DO METRÔ
Ao Diário, o Metrô confirmou que iniciou os trabalhos de sondagem de solo em Santo André para subsidiar o projeto básico da futura Linha 20-Rosa. Segundo a empresa, essa etapa segue até o fim de 2026 e abrange todo o traçado, com 120 pontos de averiguação pelo município.
A Linha 20-Rosa terá 31 quilômetros de traçado subterrâneo e tem previsão de transportar 1,2 milhão de ageiros por dia, com integração a oito linhas metroferroviárias. O projeto ainda prevê economia de 84,8 milhões de litros de combustível e redução de 1,6 mil toneladas de poluentes por ano.
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