Já se ou mais de um mês desde que o prefeito de Santo André, Gilvan Junior (PSDB), saiu de reunião com representantes do governo estadual com a promessa de que o DUP (Decreto de Utilidade Pública) do terreno no município onde será construído o pátio de manobras da futura Linha 20-Rosa do Metrô seria emitido em uma semana. Até agora, porém, nada. O documento, indispensável para o avanço do projeto, permanece nos escaninhos. E, até este momento, nenhuma justificativa oficial foi apresentada, o que amplia a sensação de que, apesar da retórica favorável, o comprometimento real da gestão paulista com o Grande ABC é menor do que se quer fazer parecer.
A questão se torna ainda mais difícil de compreender quando se recorda o que disse o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em 6 de maio, durante agenda em São Bernardo: “Eu quero que a Linha 20 comece pelo (Grande) ABC e para começar pelo (Grande) ABC a gente tem que ter um pátio e nós estamos resolvendo isso lá com Santo André porque vai começar pelo (Grande) ABC.” A fala é clara. Se é para iniciar a obra por Santo André, não faz sentido que o o inicial – a emissão do DUP – siga pendente. Essa indefinição não só compromete o cronograma do empreendimento, mas também afeta a credibilidade das promessas feitas pelo Executivo estadual aos representantes da região.
A excessiva demora na formaliza-ção do uso do terreno gera incertezas e abre espaço para questionamentos legítimos sobre o real empenho do governo em tirar do papel a esperada extensão metroviária – sonho de dez entre dez moradores das sete cidades e uma das bandeiras deste Diário. A Linha 20, que deve conectar o Grande ABC à Lapa, é uma das mais aguardadas da futura expansão. Começar as obras por Santo André seria um gesto simbólico de compromisso com a mobilidade regional. Mas, enquanto o papel não sai da gaveta, a desconfiança cresce. Afinal, se a palavra empenhada não basta para garantir nem um documento preliminar, o que esperar das fases seguintes?
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