Setecidades Titulo Renaturalização
Santo André e Sabesp investem R$ 5,5 mi em Córrego GE

Fase de despoluição foi concluída e eliminou pontos que desejavam 48 milhões de litros de esgoto por ano; projeto finaliza em 6 meses

Tatiane Pamboukian
01/06/2025 | 08:01
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FOTO: Reprodução


Após quase dois anos de obras da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) para evitar lançamento de dejeto in natura no Córrego GE, o Paço de Santo André inicia as obras de renaturalização do curso d’água, que está localizado entre a Avenida Industrial e a Rua Fichet, no bairro Jardim, e deságua no Rio Tamanduateí. O investimento da Sabesp na retirada dos pontos de descarte de esgoto, que despejavam cerca de 48 milhões de litros por ano, foi de R$ 4 milhões. Agora o Paço aplicará cerca de R$ 1,5 milhão para devolver as características naturais do córrego. A previsão de conclusão é de seis meses.

O secretário de Manutenção e Serviços Urbanos de Santo André, José Antônio Ferreira, explica que o processo de renaturalização consiste em aproximar o córrego de sua forma natural antes de qualquer intervenção do homem. “Santo André é a primeira cidade do Grande ABC a fazer um projeto de renaturalização. Primeiro é feita a despoluição. Fizemos um acordo com a Sabesp em que eles, em duas etapas, retiraram 973 unidades de esgoto que despejavam 1,5 litro de esgoto por segundo. Desde 1958, arquivo mais antigo que temos do Córrego GE, ele já recebia esses efluentes”, informa. 

A Sabesp iniciou a retirada dos pontos de despejo em 28 de agosto de 2023, quando 332 unidades foram removidas. A segunda fase, que eliminou mais 641 pontos de poluição, foi concluída no último dia 16 de maio. Este esgoto vem, principalmente, do Parque Miami e do Recreio da Borda do Campo. A Sabesp realiza obras de regularização de saneanento destas áreas, que demandaram cerca de R$ 30 milhões de investimento e fazem parte do plano de universalização do Marco Legal de Saneamento. A legislação visa tratamento de esgoto para pelo menos 90% da população brasileira. 

De acordo com o secretário, a intervenção da Sabesp está recolhendo aproximadamente 2.500 redes de esgoto. As obras do Recreio da Borda do Campo, que incluem a construção de cinco estações elevatórias de bombeamento, estão em fase adiantada e receberam R$ 20 milhões de investimento. O projeto do Parque Miami, que demandará R$ 10 milhões, está em processo inicial e será concluído em um ano e meio. 

RENATURALIZAÇÃO

Com a despoluição concluída, é iniciado o processo de recuperação das características originais do córrego. Uma delas é a devolução da vegetação natural no entorno. “Também tentamos devolver o curso natural das águas, incluir algumas pedras para ter um sentido harmônico e diminuir a velocidade da água, voltando a ter aquele barulho de cachoeira que é gostoso de ouvir pelo choque da água com as pedras. Porque quando o córrego não tem intervenção humana, ele não corre em linha reta. A ideia é trazer de volta para o córrego esse desvio”, esclarece Ferreira. 

O projeto inclui, além da área verde, a criação de bancos de descanso, pista de caminhada e espaço pet. O objetivo, segundo o secretário, é incentivar a população a utilizar o local e ajudar a cuidar do entorno do córrego, ao invés de colocar uma proteção de concreto em suas margens. Ele diz que, se fosse canalizar o córrego, concretando seu entorno, o custo seria de R$ 10 milhões e a obra demoraria muito mais tempo. 




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