O governo do prefeito de Santo André, Gilvan Junior (PSDB), avançou nas tratativas para encaminhar uma nova destinação social ao imóvel localizado na Rua das Bandeiras, no Bairro Jardim, endereço do antigo Hospital e Maternidade Jardim, após se reunir com parte dos proprietários. Neste momento, a istração se empenha por uma saída amigável aos débitos milionários com a municipalidade, com o uso do edifício por cerca de 25 anos. Outras duas saídas seriam desapropriação ou demolição, caso a estrutura apresente danos irreversíveis.

Há cerca de 15 anos acumulando marcas do abandono, o imóvel já acumula dívidas que chegam a aproximadamente R$ 71 milhões em débitos municipais, como IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e ISS (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza), conforme valores atualizados apurados pelo Diário. Oficialmente, o governo não comenta sobre as cifras em torno do edifício, por segredo tributário. 

O ivo acumulado sobre o prédio é mais do que cinco vezes o seu atual valor de mercado: R$ 13,458 milhões. Diante disso, em busca de uma solução amigável, o governo convocou os proprietários do imóvel, por meio do Diário Oficial, a fim de iniciar as tratativas sobre o imóvel, que neste momento oferece riscos à segurança da população e sanitários, inclusive, quanto a possível proliferação de ratos e até mesmo do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.

Por essa razão, a Prefeitura de Santo André trabalha para convencer os donos legais do edifício a aceitarem um acordo via anticrese, que se trata de um contrato pelo qual o devedor cede ao credor a posse temporária do imóvel, enquanto os débitos são gradualmente liquidados, tendo, portanto, uma saída amigável ao ime. Caso essa etapa se torne realidade, a istração pública teria caminho livre para ver um novo papel ao local pelos próximos 25 anos, desde que a averiguação técnica ateste a viabilidade de recuperação da estrutura.

Na semana ada, a Secretaria de Assuntos Jurídicos, sob comando de Caio Costa e Paula, reuniu-se com mais da metade dos proprietários, iniciando a primeira rodada de conversas. Após as reuniões, o governo obteve autorização para visitar o prédio, a fim de realizar uma análise física e sanitária do espaço.

Caso a anticrese não seja viabilizada, uma disputa judicial pela desapropriação seria uma alternativa no horizonte. Porém, a gestão andreense se mostra confiante em uma saída menos turbulenta. 

UFABC

À espera de novos ventos, o edifício do antigo Hospital Jardim é sondado pela UFABC (Universidade Federal do ABC) para expansão de suas atividades. Existe interesse da instituição em realizar uma visita técnica, acomp>anhada de representantes do governo federal, ao local, conforme e-mail da reitoria à Prefeitura de Santo André, enviado em 30 de abril. Segundo nota da universidade, o Paço de São Bernardo também foi procurado para discutir uma nova área. Ambas as cidades contam com dois campi da entidade.

Caso a instalação da instituição não se concretize na Rua das Bandeiras, Santo André cogita outras possibilidades, como uma Delegacia Seccional, Delegacia de Defesa da Mulher, Cartório Eleitoral, ou até unidade do Procon, entre outros serviços, atualmente instalados em imóveis locados. Desse modo, o Paço, de quebra, geraria economia ao erário.