O avanço nas negociações entre a Prefeitura de Santo André e os proprietários do antigo Hospital e Maternidade Jardim é o importante para enfrentar um problema urbano que se arrasta há mais de uma década. O edifício, na Rua das Bandeiras, no Bairro Jardim, tornou-se motivo de inquietação para moradores e poder público devido ao estado de abandono, à dívida acumulada e aos riscos sanitários e de segurança que representa. A tentativa de solucionar o ime por meio da anticrese – instrumento legal que permite o uso do imóvel como compensação por dívidas – mostra disposição em resolver a situação de forma consensual, sem recorrer a processos mais onerosos e demorados, como a desapropriação judicial.
A proposta da Prefeitura não apenas visa amortizar dívida que ultraa R$ 70 milhões, como também busca devolver ao imóvel uma função social, contribuindo para o fortalecimento de equipamentos públicos em áreas essenciais. A possibilidade de instalação de órgãos como Delegacia de Defesa da Mulher, Cartório Eleitoral ou unidade do Procon, atualmente ocupando prédios alugados, sugere um caminho que, além de atender à população, pode representar economia significativa aos cofres públicos. Há ainda o interesse da UFABC (Universidade Federal do ABC) em utilizar o local para expansão, o que daria nova vida ao endereço com atividades acadêmicas e científicas, ampliando a presença da universidade na cidade.
Diante do ivo acumulado e da deterioração visível da estrutura, a retomada do diálogo com os proprietários e a abertura para uma solução compartilhada revelam postura pragmática por parte da istração municipal. A visita técnica já autorizada e os estudos físicos e sanitários previstos indicarão se o prédio pode ser reutilizado ou se haverá necessidade de outras medidas, como a demolição. O importante, neste momento, é que as tratativas ganhem continuidade e que o imóvel deixe de ser um problema para se tornar parte da solução urbana de Santo André. Dar uso público a um espaço tão simbólico, hoje marcado pelo abandono, seria um acerto istrativo e uma resposta positiva às demandas da vizinhança.
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