A Embratur criticou a lista de lugares que turistas norte-americanos devem evitar no Brasil. O levantamento foi publicado pelo governo dos Estados Unidos e classifica os destinos em níveis de 1 a 4, referentes à periculosidade. Favelas, comunidades e cidades-satélite de Brasília estão no nível máximo de perigo, segundo o alerta.
"Repudiamos esse tipo de recomendação alarmista, que mais se presta à desinformação do que à proteção dos cidadãos americanos", afirmou Marcelo Freixo, presidente da Embratur, em comunicado divulgado neste sábado, 31.
O Brasil como um todo é classificado como de nível 2, mas três áreas têm nível 4. São elas: cidades-satélite de Brasília à noite, Ceilândia, Santa Maria, São Sebastião e Paranoá; conjuntos habitacionais informais, como favelas, vilas, comunidades ou conglomerados; e qualquer lugar dentro de um raio de 160 km das fronteiras terrestres com Bolívia, Colômbia, Guiana, Guiana sa, Paraguai, Peru, Suriname e Venezuela, excluídos o Parque Nacional de Foz do Iguaçu e o Parque Nacional do Pantanal.
Segundo a Embratur, o Brasil vive o melhor momento do turismo internacional de sua história. Apenas nos quatro primeiros meses de 2025, chegaram ao País 4,4 milhões de visitantes, com crescimento de 51% em relação ao mesmo período do ano anterior. Segundo Freixo, a expectativa é chegar a 8 milhões de visitantes estrangeiros neste ano.
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, também se manifestou sobre a lista do governo dos EUA. Para ele, o levantamento foi feito sem qualquer tipo de embasamento. "Ando por todas essas cidades todos os dias, e a gente não vê falar de sequestro aqui em Brasília", afirmou, durante um velório em Taquatinga neste sábado. "Até os sequestros relâmpagos que existiam mais no ado desapareceram."
Ibaneis convidou o governo norte-americano a conhecer as cidades a serem evitadas. "Eles vão ver como as pessoas vivem com segurança e em paz", disse.
EUA são segundo maior grupo de turistas no Brasil
Os Estados Unidos são o segundo maior emissor de turistas para o Brasil, com 306 mil visitantes entre janeiro e abril, aumento de 21,7%. "Esses números refletem uma realidade que se impõe: o Brasil é um destino acolhedor e seguro para os que desejam conhecer sua imensa diversidade natural e cultural", disse Freixo. "A hospitalidade brasileira é reconhecida mundialmente. Aqui, todos são bem-vindos - independentemente de nacionalidade, etnia, orientação sexual, religião ou posicionamento político."
Na nota, o chefe da Embratur disse que o Brasil registrou, em 2024, os menores índices de violência em 11 anos. Ibaneis também destacou o menor índice de homicídios registrado na capital federal no ano ado, desde que foi iniciada a série histórica, em 1977.
Segundo Freixo, o trabalho feito vem no sentido de "consolidar nossa imagem real no exterior: a de um País seguro, acolhedor, sustentável, democrático, diverso e aberto ao mundo, cada vez mais preparado para receber turistas".
Para Ibaneis, o governo dos EUA deveria olhar para o próprio país. "Estive em Nova York semana ada e as ruas estão cheias de rato, urina e drogados", disse. "Eles deveriam olhar um pouquinho para dentro do que acontece nos Estados Unidos antes de falar da nossa população aqui do Distrito Federal."
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