O contrato de ouro com vencimento em junho avançou 2,15% na Comex, divisão de metais da Bolsa de Nova York (Nymex), encerrando o dia a US$ 3.365,80 por onça-troy
Os preços do ouro superaram a marca de US$ 3.350 nesta sexta-feira, 23, impulsionados pela busca por ativos de segurança após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reacender temores em torno do comércio global ao ameaçar novas tarifas.
O contrato de ouro com vencimento em junho avançou 2,15% na Comex, divisão de metais da Bolsa de Nova York (Nymex), encerrando o dia a US$ 3.365,80 por onça-troy. Na semana, o metal dourado acumulou alta de cerca de 5%.
A demanda pelo ouro aumentou depois que Trump propôs uma tarifa de 50% sobre as importações da União Europeia a partir de 1º de junho, alegando falta de avanços nas negociações. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, também demonstrou frustração com as propostas do bloco. Em outra frente, Trump ameaçou taxar em 25% os iPhones da Apple, caso a produção não seja transferida para os Estados Unidos. A Apple, por sua vez, planeja deslocar parte da fabricação da China para a Índia.
Além da escalada nas tensões comerciais, o ouro também é sustentado pela fraqueza do dólar e pelo aumento das incertezas fiscais nos EUA. "Sem uma mudança estrutural na política fiscal americana, os crescentes déficits e o custo da dívida indicam um caminho fiscal instável, o que tende a gerar mais volatilidade nos mercados", afirmou Fawad Razaqzada, analista da Forex.com.
Rick Kanda, diretor da The Gold Bullion Company, destaca que o recente rebaixamento de perspectiva da nota de crédito dos EUA pela Moodys acendeu um alerta entre os investidores. "A preocupação com a estabilidade fiscal e o risco de inflação persistente está levando muitos a buscar proteção no ouro físico. E, ao que tudo indica, essa movimentação está só começando", disse.
Já os especialistas da FXEmpire veem espaço limitado para novas máximas no curto prazo. Segundo eles, o ouro saltou de US$ 2.100 para US$ 3.500 em pouco mais de um ano e agora deve enfrentar uma correção saudável. "Nossa projeção de curto prazo é de recuo até US$ 2.800", afirmam.
* Com informações da Dow Jones Newswires
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