A iniciativa da Prefeitura de Santo André em convocar os proprietários do antigo Hospital e Maternidade Jardim é o importante para enfrentar problema que se arrasta há mais de uma década. O abandono do imóvel gerou inegáveis impactos na qualidade de vida dos moradores e comerciantes do bairro cujo nome batiza o equipamento, que convivem por anos com relatos de invasões, insegurança e riscos à saúde pública. A divulgação do edital de convocação, motivada por recente reportagem do Diário sobre o estado do prédio, demonstra disposição do governo em enfrentar as pendências jurídicas e tributárias que envolvem o local, com o objetivo de reintegrá-lo ao cotidiano da cidade.

Desde sua inauguração, em 1992, o hospital foi parte significativa da rede de atendimento médico regional, acolhendo pacientes e se tornando ponto de nascimento de muitos andreenses. O fechamento da unidade e a posterior falência da operadora Samcil, que tentou reativá-lo, deixaram lacuna na estrutura de serviços. Agora, ao buscar solução para o imóvel, o prefeito Gilvan Junior (PSDB) propõe mais do que a reocupação de edifício; trabalha para reverter os efeitos da estagnação de equipamento que já foi essencial. Mesmo com os desafios que envolvem a multiplicidade de proprietários e a dívida acumulada, o diálogo aberto é oportunidade de recuperação de espaço com forte vínculo social.

É necessário destacar o mérito do município ao assumir publicamente a necessidade de encaminhar uma resolução definitiva para o prédio. A proposta de verificar as condições estruturais, com a devida autorização dos proprietários, aponta para uma condução transparente e dentro dos limites legais. A articulação entre poder público e os donos da área pode criar alternativas viáveis para o futuro da edificação, seja por meio de novos serviços, parcerias ou projetos comunitários. Ao tomar a frente deste processo, a Prefeitura dá sinal de que espaços urbanos degradados não precisam ser condenados ao esquecimento, mas podem se tornar novamente úteis à sociedade.