O avanço dos serviços de mototáxi por aplicativo tem sido acompanhado por crescimento preocupante no número de acidentes fatais envolvendo a modalidade. A facilidade de o, somada à ausência de regulamentação específica, expõe condutores e ageiros a riscos evidentes. A legislação determina que apenas o governo federal tem competência para se posicionar a respeito do tema, o que coloca sobre os ombros do Congresso a responsabilidade de enfrentar a questão. O debate não pode mais ser adiado. Enquanto as empresas de aplicativo operam com base exclusivamente em seus próprios interesses, e nos lucros exorbitantes, os impactos das ocorrências recaem diretamente sobre o já sobrecarregado sistema público de saúde.
Na Capital paulista, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) tem adotado postura firme – e até agora isolada – ao denunciar os danos causados por essa modalidade de transporte. Por enquanto, tem conseguido proibir a atividade na Justiça. Ele também ou a convocar os chefes de Executivo da Região Metropolitana, incluindo os das sete cidades, a somarem esforços. Além disso, é necessário que os parlamentares federais com domicílio eleitoral no Grande ABC levem o assunto a Brasília. Alex Manente (Cidadania), Fernando Marangoni (União Brasil) e Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT), têm o dever de articular a discussão no Congresso e, em conjunto com os colegas, propor medidas que protejam a vida de trabalhadores e usuários.
A sociedade civil também tem papel fundamental nesse processo. Cabe à opinião pública exercer pressão direta sobre os representantes eleitos, exigindo a proibição da atividade de mototáxi por aplicativo em âmbito nacional. Os números alarmantes de colisões, atendimentos hospitalares e mortes não podem continuar sendo ignorados em nome da conveniência ou da rentabilidade de big techs que pouco ou nada contribuem para o desenvolvimento do Brasil. O debate precisa ser pautado pela responsabilidade coletiva, e não pelos algoritmos de empresas que operam sem compromisso com o bem-estar da população. O Congresso tem meios para agir – o que falta é vontade. É hora de transformar a indignação em cobrança concreta.
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