O dado alarmante de que aproximadamente 40% da população do Grande ABC enfrenta algum grau de obesidade, conforme reportagem publicada nesta edição do Diário, evidencia a necessidade de ações coordenadas para o enfrentamento do tema. Mais do que estética, a questão afeta diretamente o bem-estar e a autonomia dos cidadãos. O problema ultraa o campo individual e demanda e coletivo. O acompanhamento anual das estatísticas aponta que a situação na região já esteve pior, mas o avanço ainda é modesto. Os municípios têm uma ou outra iniciativa, mas ainda não alcançaram resultados sustentáveis. É preciso redobrar esforços e buscar estratégias mais efetivas.

Além dos prejuízos à qualidade de vida, os efeitos da obesidade se estendem à estrutura dos serviços públicos de saúde. O aumento na demanda por atendimentos relacionados a doenças crônicas associadas ao excesso de peso, como diabetes tipo 2, hipertensão e problemas cardiovasculares, pressiona o sistema e consome recursos que poderiam ser distribuídos em outras frentes. A necessidade de cirurgias bariátricas e de acompanhamento psicológico contínuo também exige investimentos constantes. Mesmo iniciativas como programas de emagrecimento, a exemplo do Qualivida, que atende quase 2.000 pacientes na região, mostram que há esforço, mas ainda concentrado em ações pontuais.

Prefeituras devem ampliar políticas voltadas à prevenção e ao tratamento da obesidade. Ações que incentivem a alimentação equilibrada nas escolas, facilitem o o a espaços públicos para atividades físicas e ofereçam acompanhamento psicológico em unidades básicas de saúde são caminhos viáveis. Além disso, campanhas educativas voltadas à população podem ajudar a desconstruir padrões de consumo alimentar associados ao estresse e à ansiedade, causas apontadas por especialistas como relevantes no desenvolvimento da condição. Tratar o tema como problema de saúde é agir de forma preventiva e estratégica, reduzindo impactos sociais e financeiros, e promovendo bem-estar à sociedade.

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